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Cine Teatro Valéria Luercy: de prédio abandonado a sala de cinema que atrai milhares de visitantes de toda região para Jaguariaíva

Jaguariaíva é terra de belezas naturais, de desenvolvimento econômico e também de atrações que foram implantadas com o passar do tempo, através de investimentos da administração municipal, atrações estas, que hoje fazem de Jaguariaíva um polo regional, como é o caso do Cine Teatro Valéria Luercy.

Antes de 2009, o espaço localizado no complexo Matarazzo, que hoje abriga o cinema, era um cenário de descaso e abandono. Desde então, a gestão municipal representada pelo então prefeito Otélio Renato Baroni, por meio da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes (SMECE), já chefiada pela atual vice-prefeita Alcione Lemos, começou um processo de recuperação desse espaço, que outrora abrigou famosos empreendimentos, como o frigorífico de porcos Matarazzo.

Hoje, a sala de cinema de conforto inquestionável batizada com o nome da artista jaguariaivense nacionalmente conhecida, Valéria Luercy, tem capacidade para 227 pessoas e é utilizada para reuniões da administração, audiências públicas e claro, para exibir todos os fins de semana sucessos da indústria cinematográfica, trabalho que ficou a cargo do Departamento de Cultura, pertencente a SMECE.

Mas como ter em um município relativamente pequeno um cinema em pleno funcionamento e, ainda por cima, gerido pelo poder público? A vice-prefeita Alcione afirma que a tarefa não é fácil, mas gratificante, ainda mais se tratando da evolução pela qual passou o prédio onde se encontra o atual Cine Teatro Valéria Luercy. “Nosso cinema tem tido um alto índice de bilheteria, não só de munícipes, mas de visitantes de toda região. Essa atração, que é um orgulho para Jaguariaíva, só é possível porque há um grande trabalho de manutenção, de modernização, adequação e organização para receber as pessoas e também os filmes, cujos distribuidores são muito exigentes, quanto a exibição de filmes do circuito nacional e internacional”, ressaltou a vice-prefeita Alcione Lemos.

De acordo com o diretor do departamento de Cultura, Vinicius Schadner, quando foi buscar referências de outros cinemas geridos pelo poder público, ele foi informado pelas companhias de que, na região Sul, Jaguariaíva era o único município que tinha o cinema gerido pelo poder público e, ainda, que no Brasil haviam só três com este mesmo modelo de gestão. No entanto, os outros dois, não realizavam exibição de filmes de circuito, apenas de arte estúdio, como biografias, documentários e afins. “Foi um trabalho que começamos do zero e hoje, mesmo com tudo funcionando corretamente, é necessário uma constante atualização para que a engrenagem não pare. Em 2015, por exemplo, passamos pela digitalização, investimento de R$ 400 mil, para que mantivéssemos o cinema funcionando com o novo sistema, para o qual todos os cinemas do Brasil acabaram migrando. Esta mudança trouxe mais qualidade de imagem e vídeo e possibilitou que o cinema continuasse atendendo as normas e estivesse hoje devidamente registrado na Agência Nacional do Cinema”, explica.

O prefeito José Sloboda, que tem acompanhado de perto esta evolução do Cine Teatro Valéria Luercy desde 2012, também destacou a importância do espaço para o município. “Não temos medido esforços para manter em funcionamento estas repartições públicas sediadas, inclusive, em prédios históricos do município, cujas estruturas têm recebido manutenções e restaurações, como é o caso da Casa da Cultura, por exemplo. O cinema, por sua vez, movimenta nossa economia e oportuniza aos visitantes conhecer nossos espaços de lazer, turismo e comércio, elevando o nome de Jaguariaíva na região”, salientou o chefe do Executivo.

A arrecadação do Cine Teatro Valeria Luercy, que está em funcionamento desde 2012, é relativa ao filme em cartaz, indo de R$ 2,5 mil à R$ 11 mil, como foi no caso do sucesso que lotou as poltronas por três fins de semana seguidos, Vingadores – Ultimato.

No entanto, Vinicius explica que a escolha da programação não depende apenas do departamento municipal. “O desafio de manter o cinema é ter em nossa programação lançamentos do circuito nacional e internacional, para isto, é realizado um trabalho que, muitas vezes, não depende da administração. Nós propomos a nossa programação para o programador, que viabiliza, através das companhias, a possibilidade de termos essa programação. É claro que os grandes cinemas tem mais prioridade, mas temos feito um trabalho de argumentação para manter nossa grade de exibição simultânea aos grandes cinemas, e tem valido a pena”, garante.

O público, de acordo com Vinicius, mantém uma média de 400 pessoas nas quatro sessões do fim de semana, contudo, em alguns sucessos de grande procura, o público no fim de semana chega a 900 expectadores.

Os valores são aplicados na manutenção do espaço, que hoje conta com ar-condicionado, câmeras de segurança, projetor moderno e operado, inclusive, por um servidor concursado, além da recuperação de cadeiras e do carpete que, infelizmente, são alvos de depredação e deterioração decorrente de alimentos que são derrubados no chão. A arrecadação da bilheteria também fica reservada para a locação e novos filmes.

O diretor de Cultura também salienta que, para a busca dos filmes, a equipe leva em consideração o interesse do público, sempre em contato com a população, através das redes sociais, para atender a todos os gostos.